"As coisas só mudam quando ocorre uma tragédia". Essa é a recorrente frase que marca momentos, em sua maioria, de tristeza. Assim foi com a parada cardiáca do ex-meia do Bolton, Fabrice Muamba, que por pouco não tirou sua vida, mas alertou a todos sobre esse problema no futebol. Também ocorreu com o caso da boate Kiss em janeiro deste ano, o que certamente ocasionará em fiscalizações mais efetivas em casas de shows. E infelizmente ocorreu com o jovem boliviano, Kevin, de apenas 14 anos, morto após ser acertado no olho por um sinalizador usado apenas em operações marítimas, na partida entre San José e Corinthians, válida pela Libertadores.
A tragédia ocorreu e as mudanças já estão a caminho. A Conmebol que sempre tratou os clubes como impunes em casos de violência desta vez agiu. Foi precisa e não mediu a força do tapa: o Corinthians jogará todas as suas partidas em casa pelo torneio com portões fechados e fora de casa a sua torcida não terá ingressos até que seja esclarecido todo o ocorrido e os responsáveis punidos (e ainda achei pouco).
Kevin era um menino de apenas 14 anos apaixonado pelo San José, que provavelmente estava emocionado por estar presente em uma partida da competição mais importante das Américas e justamente contra o último campeão. Era jovem e perdeu sua vida em um lugar onde se sentia segura, era sua segunda casa, o estádio do seu clube.
Além do falecimento do adolescente, o mais triste é que há corintianos defendendo o seu clube e sua torcida. Tratam o futebol não como um esporte, uma diversão, mas sim como algo acima de toda a moral. Provavelmente para obterem educação, saúde e transporte público eles não brigam como brigam com todo o orgulho quando vestem a camisa da torcida organizada.
E esses torcedores não culpam os assassinos por terem levado um sinalizador impróprio para uso em qualquer lugar, se não o mar, para um estádio lotado de torcedores. Para eles a culpa é do San José que permitiu a entrada de tal artefato e pedem a soltura dos delinquentes. A ameaça para a sociedade não é o clube boliviano e sua torcida, mas sim o inconsequente "torcedor" vai para o estádio com a intenção de brigar e irresponsávelmente fere e mata um jovem menino.
A punição deve ser severa! Não há motivos para aliviar. Um garoto de 14 anos faleceu. Pode ser um desconhecido, todavia sem uma punição amanhã pode ser um primo ou um irmão. Dez ou até vinte jogos com portões fechados em cassa e sem ingressos para fora não seria exagero algum. A culpa não é da instituição Corinthians, contudo a única forma de atingir quem valoriza o clube do coração mais do que a vida é desta forma.
Com seriadade foram removidos, em grande parte, os hooligans dos estádios europeus e essa será a solução para a limpeza das arenas sul-americanas.
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A punição existe para ser colocada em prática, para "reparar" um dano. Porém, neste caso, não há reparação! A punição é tosca, idiota, inadequada.
ResponderExcluirA Conmebol anda pra trás, sempre! Punir pressupõe aguardar, esperar ato hostil ou leviano. Prever requer investimento, treinamento, punir não!
Não se resolverá problemas como este assim!
Saudações!!!