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16 de outubro de 2013

O mundo e a bola: O nacionalismo basco

 Em um mundo globalizado, onde existe uma grande miscigenação de nacionalidades nos maiores clubes do mundo, ainda existe um time que preserva o sentimento nacionalista. O basco Athletic Bilbao descreve em seu estatuto que apenas jogadores nascidos no País Basco podem atuar pela equipe.

Essa exclusividade deve-se a não identificação do povo basco como espanhol. Mesmo não possuindo um território próprio (se localizam entre o norte da Espanha e o Sul da França), os bascos se enxergam como nação, pois conservam uma língua própria (o euskara, a mais antiga ainda falada da Europa) e uma cultura particular.


Partindo desse princípio pensa-se que o Athletic é uma equipe fraca, sem jogadores de expressão, afinal, limita a qualidade de seu elenco. Entretanto, foram finalistas da Europa League da temporada 2011-12. Os notáveis Fernando Llorente (hoje na Juventus), Javi Martínez (hoje no Bayern de Munique) e Iker Muniaín (muito cobiçado por gigantes europeus) carregaram a equipe nessa fantástica campanha, em que bateram Paris Saint-Germain, Manchester United, Schalke 04 e Sporting Lisboa. Eles tinham tudo para levantar a taça, contudo foram goleados pelo Atlético de Madrid na final. Comoção total no país não reconhecido, porém o mais importante do que o pranto, foi o apoio, que fez o time ganhar uma nova motivação para os anos que estão por vir.

Além desses citados, atletas como o craque do Real Madrid, Xabi Alonso e o já aposentado goleiro, Zubirazarreta também nasceram no País Basco.

A luta dos bascos pela independência da Espanha não é a única neste país da Península Ibérica. Os catalães também brigam pelo reconhecimento de sua nação, que como os bascos não se veem espanhóis. Curiosamente, as duas nações possuem suas seleções, porém essas não são reconhecidas pela FIFA e jogam apenas amistosos.

Apesar de todas essas diferenças, que já geraram atentados terroristas e milhares de mortes, a Seleção Espanhola conseguiu unir esses povos em 2010. O técnico da fúria, Vicente Del Bosque, fez com que os jogadores esquecessem, ao menos dentro de campo, suas diferenças e brigando como um só foram campeões pela primeira vez da Copa do Mundo.


Conflitos separatistas são comuns pelo mundo, mas isso ser visto dentro de um clube de futebol de forma tão extrema é raro. O Barcelona faz várias referências à bandeira da Catalunha, mas não proíbe que jogadores de outras nações atuem em sua equipe. O Athletic Bilbao faz diferente e faz de sua instituição não apenas um clube de futebol, mas um item cultural basco.

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