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29 de agosto de 2014

I have a dream


O racismo sempre foi um assunto, apesar de execrável, inerente à sociedade, o qual foi duramente combatido na primeira metade da década de 60, quando Martin Luther King proferiu o marcante discurso iniciado por “I have a dream (eu tenho um sonho)”. Desde então, acreditou-se que a evolução faria o preconceito racial desaparecer, porém, não é isso que se ver. Mesmo após uma Copa do Mundo que desenvolveu incrivelmente o futebol brasileiro, ainda se vê cenas de racismo nos estádios.

Na quinta-feira (um dia depois da famosa frase de MLK completar 50 anos) a torcida do Grêmio (já envolvida em diversas polêmicas) cometeu puníveis atos racistas contra o goleiro Aranha, do Santos. Neste contexto, cabe a reflexão: quem é passível de punição? O clube? Os torcedores?

Evidentemente a maior culpa configura-se nos torcedores que desprezaram o goleiro santista simplesmente pelo fato de ser negro. É perceptível que foram eles que se organizaram, independentemente, para realizar tal ato. Cabe a eles, portanto, responder ao Judiciário suas ações, visto que tal crime caracteriza-se como inafiançável.

Por outro lado, não se pode eliminar a parcela de culpa do clube e dos outros torcedores presentes. Estes pareceram ser coniventes com a atitude dos marginais (como bem destacou Aranha) uma vez que assistiram tal horror de braços cruzados. O Grêmio também precisa ser punido, visto que já presenciou diversos casos de violência (por que não lembrar do racismo ao zagueiro Paulão, do Inter, e os gritos de “o Fernandão morreu” no último Grenal?) e pouco fez.

Pode-se dizer ainda que o próprio goleiro poderia ter agido se retirando de campo; entretanto, no calor do jogo é difícil se decidir a tomar uma atitude tão extrema. Por fim, ele fez bem e relatou ao árbitro o que acontecia, além de registrar um boletim de ocorrência.

Vê-se, pois, que o racismo no futebol não é um tema fácil de ser tratado, mas com medidas imediadas e futuras pode-se extinguir tal mal do futebol. No momento, o ideal é punir os malfeitores o clube, como já foi dito, e visando o futuro, os clubes brasileiros (com apoio da CBF) deveriam lançar campanhas conscientizando o prejuízo do racismo. Só assim se poderá realmente ver o sonho de Luther King no horizonte do esporte brasileiro.

 
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