É muito comum no mundo do futebol ver jogadores patrocinados por uma determinada empresa jogarem em clubes patrocinados por uma empresa rival. Assim sendo, o jogador utiliza chuteiras, luvas e até camisas (térmicas ou casuais) de quem paga parte de suas contas, ao mesmo tempo em que entra em campo com outra marca estampada no peito de seu uniforme. Até ai tudo normal, entretanto a situação se extrapola quando um jogador resolve (ou, por força de contrato, é obrigado a) chamar mais atenção para o seu patrocinador do que para o de seu time, ou para piorar, de seu novo time.
Esse terrível e grotesco cenário aconteceu dias atrás quando o meia alemão Mario Götze foi apresentado ao Bayern de Munique. O novo camisa 21 do clube bávaro tinha no peito o logo da Nike, seu patrocinador pessoal, enquanto erguia com as mãos a camisa de seu novo clube, patrocinado pela Adidas.
O feito poderia até ter passado despercebido se a fornecedora não fosse também acionista de 9,4% e seu dono fazer parte do conselho administrativo do clube alemão. Enfim, Götze, por usar uma camisa da Nike em um evento da Adidas (segundo um porta-voz da empresa) terá que pagar uma multa.
O relato do acontecimento foi esse, mas por fim, de quem foi a culpa do meia ter usado uma escandalosa apologia à Nike em um evento como aquele: do jogadores, da fornecedora americana ou do próprio clube (que também teve que se retratar diante de seu patrocinador)? Acredito que houve um conjunto de falhas.
Primeiramente, o atleta deveria ter tido o mínimo de bom-senso para perceber que seria encarado como intruso com aquele estandarte representado sua patrocinadora.
Em segundo lugar, a Nike deveria ter respeitado as fronteiras que demarcam o território de cada empresa ao enviar um representante erguendo sua bandeira; apesar de que a multa (que deve ser paga pela empresa) não tenha feito diferença alguma aos cofres dos americanos, que faturam bilhões por ano.
E, por último, o Bayern de Munique deveria ter impedido que tal feito acontecesse e fornecido alguma camisa neutra, para levantar a bandeira branca na briga por espaço na mídia entre as duas maiores fornecedoras de mercado esportivo do planeta.
Conclui-se assim, que era uma situação completamente evitável, entretanto há de ser considerar que nem sempre o evitável é mercadologicamente melhor. A polêmica criada em torno da camisa de Götze certamente gerou matérias de jornais e revistas mundo afora, pondo em evidência a bandeira da Nike em solo dominado pela Adidas nos últimos 20 anos.
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