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26 de agosto de 2013

“Meus músculos não suportam mais”


Com essa afirmativa, Deco foi justo com todos que acreditam nele e anunciou, um dia antes de completar 36 anos, sua aposentadoria. Mês após mês o luso-brasileiro se machucava e criava expectativas na imprensa e na torcida, que o tratou como ídolo em todos os clubes que passou desde o Porto.

Ele foi justo e disse que não aguenta mais. Vontade ele deve ter de sobra, mas seu corpo não acompanha. Deco é o típico “velho” com cabeça de novo. A mente corre, faz gol e dá brilhantes passes como ele sempre fez, mas o corpo quando não fica no banco, está na fisioterapia.

Só esse ano foram quatro lesões e pouquíssimos jogos, mas não é por isso que se esquecerá de toda a história de Deco. “Perdemos um grande homem”, disse Felipão. Homem esse que venceu importantes títulos por onde passou; foi Champions League no Porto e no Barcelona, Premier League no Chelsea, dois Brasileirões no Fluminense e muito mais.

Paulista de São Bernardo do Campo, Deco, ainda Anderson, começou sua carreira no Corinthians, mas ainda muito jovem correu (mais do que passou) por diversos clubes, desde o CSA até o Porto (onde se firmou), passando por Benfica, Alverca e Salgueiros. Enfim no time de José Mourinho seu futebol foi valorizado.

Velocidade, potencia, arte, essas palavras nunca descreveram Deco, contudo a criatividade, a capacidade de improvisação e a brilhante visão de jogo o fizeram ser ídolo e campeão da UCL, em 2006, pelos lusitanos.

Com isso as convocações começaram a aparecer, mas não para a Seleção Brasileira e sim a de Portugal, país o qual lhe acolheu desde os tempos de desconhecido. Vestindo a camisa vermelha ele foi muito feliz; não ganhou nada, mas virou ídolo. Marcou apenas cinco gols, um inclusive contra o Brasil, mas nada disso nos fez parar de gostar dele. Víamos um brasileiro brilhar com outra camisa e batia o sentimento de culpa de não ter aproveitado a pérola rara que tínhamos em mãos.

Sua carreira deslanchava e foi para o Barcelona onde também venceu uma Champions, na temporada 2005-06. Em seguida, com a chegada de Felipão, com quem trabalho na seleção, foi para o Chelsea e lá  mesmo com poucas oportunidades foi mais uma vez um grande campeão, que atuou bem quando necessário na campanha do título da Premier League de 2009-10.

Já no fim de carreira ele retornou ao Brasil, o qual ele nunca esqueceu e onde nunca foi esquecido. Enfim, poderíamos ver ele do nosso lado. Aposentado da Seleção Portuguesa ele agora era nosso e em terras tupiniquins venceu dois Brasileirões como o craque que sempre foi, dando passes fantásticos e o amor da torcida do Fluminense.

Desde então as lesões são mais frequentes que suas entradas em campo. Vendo que não poderia jogar mais ele resolveu se aposentar. Honesto com si mesmo, com o Fluminense e com seus fãs.


Obrigado, Deco, você foi um grande ídolo da geração de craques que pude acompanhar!

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Um comentário:

  1. O craque era profissional mesmo, pra tomar uma atitude dessa... Já o Clube, insistia em pagar R$750 mil, de salário a um jogador que não "jogava". Enquanto o time treina em um "cúbico"... Obrigado por tudo, Deco!

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