Essa exclusividade deve-se a não
identificação do povo basco como espanhol. Mesmo não possuindo um território próprio
(se localizam entre o norte da Espanha e o Sul da França), os bascos se enxergam
como nação, pois conservam uma língua própria (o euskara, a mais antiga ainda
falada da Europa) e uma cultura particular.
Partindo desse princípio pensa-se que
o Athletic é uma equipe fraca, sem jogadores de expressão, afinal, limita a
qualidade de seu elenco. Entretanto, foram finalistas da Europa League da
temporada 2011-12. Os notáveis Fernando Llorente (hoje na Juventus), Javi
Martínez (hoje no Bayern de Munique) e Iker Muniaín (muito cobiçado por
gigantes europeus) carregaram a equipe nessa fantástica campanha, em que
bateram Paris Saint-Germain, Manchester United, Schalke 04 e Sporting Lisboa. Eles
tinham tudo para levantar a taça, contudo foram goleados pelo Atlético de Madrid
na final. Comoção total no país não reconhecido, porém o mais importante do que
o pranto, foi o apoio, que fez o time ganhar uma nova motivação para os anos
que estão por vir.
Além desses citados, atletas como o
craque do Real Madrid, Xabi Alonso e o já aposentado goleiro, Zubirazarreta também
nasceram no País Basco.
A luta dos bascos pela independência
da Espanha não é a única neste país da Península Ibérica. Os catalães também
brigam pelo reconhecimento de sua nação, que como os bascos não se veem
espanhóis. Curiosamente, as duas nações possuem suas seleções, porém essas não
são reconhecidas pela FIFA e jogam apenas amistosos.
Apesar de todas essas diferenças, que
já geraram atentados terroristas e milhares de mortes, a Seleção Espanhola
conseguiu unir esses povos em 2010. O técnico da fúria, Vicente Del Bosque, fez
com que os jogadores esquecessem, ao menos dentro de campo, suas diferenças e
brigando como um só foram campeões pela primeira vez da Copa do Mundo.
Conflitos separatistas são comuns pelo
mundo, mas isso ser visto dentro de um clube de futebol de forma tão extrema é
raro. O Barcelona faz várias referências à bandeira da Catalunha, mas não proíbe
que jogadores de outras nações atuem em sua equipe. O Athletic Bilbao faz
diferente e faz de sua instituição não apenas um clube de futebol, mas um item
cultural basco.
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