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19 de agosto de 2014

Análise da primeira convocação de Dunga

Tudo o que se esperava desde a queda de Felipão era uma reformulação e hoje, na primeira convocação da segunda passagem do técnico Dunga, pode-se dizer que (ao menos na parte que lhe compete) tal reforma ocorreu. Pouco prezando pelos vínculos com a Seleção (como já havia feito em 2006-10), Dunga não foi partidário e convocou quem está com a bola cheia. Deste modo, é de se aplaudir, uma vez que do time que disputou a Copa do Mundo em casa ele manteve só o necessário (10 jogadores) e reaproveitável para 2018.

Partindo deste princípio, pode-se fazer uma análise de cada setor de seu novo time totalmente renovado, mas com nomes já conhecidos dos brasileiros (por enquanto ainda não apareceram os Afonsos Alves da vida).

Goleiros

Rafael Cabral poderá definir que deixou de ser promessa para virar realidade.
Jefferson (Botafogo) e Rafael Cabral (Napoli) foram os nomes escolhidos pelo “novo técnico”. Sabendo disso, percebe que ele optou pela experiência aliada à juventude, já visando à próxima Copa. Vejo como acertos os dois nomes, já que ambos se consolidam em suas equipes e já são referências quando se fala em goleiros brasileiros. Em caso de haver a necessidade de chamar mais um nome, acredito que Neto (Fiorentina) possa ser tal atleta.

Zagueiros

Na falta de Thiago Silva, chama-se "apenas" a dupla do PSG, David Luiz e Marquinhos.
Dentro das limitações evidentes (a lesão de Thiago Silva seria uma delas) Dunga manteve a sensatez ao chamar David Luiz (PSG), Gil (Corinthians), Marquinhos (PSG) e Miranda (Atlético de Madrid) para os próximos amistosos. O cabeludo que disputou a Copa é evidentemente incontestável, assim como Marquinhos, principalmente quando se fala de futuro da Seleção. Em relação à Miranda é um bom nome, aproveitando sua campanha na última temporada europeia. Sobra assim Gil, que para alguns pode ser contestável, mas é um enorme responsável pela segurança da defesa corintiana, que é a menos vazada no Campeonato Brasileiro, apenas 7 gols sofridos.

Laterais

Danilo é a grande aposta para a sucessão de Daniel Alves na Seleção.
Neste setor pode-se criticar a falta de Daniel Alves quando o técnico relacionou apenas Maicon (Roma), Danilo (Porto), Filipe Luís (Chelsea) e Alex Sandro (Porto). Vale lembrar, entretanto, que Dani não fez uma boa Copa e até onde sempre obteve seu visto para a Seleção (no Barcelona) ele não é mais bem aproveitado.

Maicon foi o nome certo para o atual momento, como Filipe Luís; jogadores que conhecem a Seleção e estão em bons momentos. Visando o futuro (como se percebe em comum em toda a convocação) Dunga acertou ao chamar os bons e bem elogiados em Portugal: Danilo e Alex Sandro (ambos ex-santistas campeões da Libertadores de 2011).

Volantes

Seguro e organizador, Luiz Gustavo ganhou a confiança do brasileiro e se manteve na Seleção.
Sucintamente dizendo, Dunga aproveitou o que tinha de bom na Copa e acrescentou o que faltava. Para se defender, o treinador manteve Fernandinho (Manchester City) e a “estrela” Luiz Gustavo (Wolfsburg). Já para atacar apoiou a decisão de manter Ramires (Chelsea) e ainda acrescentou Elias (Corinthians) o qual mostra bom futebol desde seu retorno ao Brasil.

Meias

Everton Ribeiro e Ricardo Goulart: a melhor dupla do Brasileirão; sem motivo para contestação.
O meio é o setor que mais agrada e mais reacende o futebol bonito brasileiro. Oscar e William (ambos do Chelsea) conseguiram se restabelecer após a Copa, afinal, possuem idade condizente com a disputa de mais um Mundial. De novidade, vê-se o incontestável Philippe Coutinho (Liverpool), que a mais de meses brilha na Inglaterra, e as estrelas do líder do Brasileirão, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart (Cruzeiro); líder de assistências e artilheiro do Brasileirão, respectivamente.

Atacantes

Apesar de contestável, Diego Tardelli, que vive boa fase, merece sua chance.
A torcida pediu e o novo técnico da Seleção parece que atenderá. Sem atacantes de referência (centroavantes de ofício) Dunga poderá programar um esquema com falso nove, o que permite mais movimentação ofensiva tal como o Barcelona de Messi. Neymar (Barcelona), Diego Tardelli (Atlético Mineiro) e Hulk (Zenit) – talvez ainda com William, dependendo da função que exercerá – terão a responsabilidade não de servir, mas de serem servidos e buscar a bola. Não ficarão dentro da grande área, mas fora dela para que possam entrar em velocidade e fazer o que Fred não conseguiu fazer na Copa: marcar gols.

Essa equipe se não causa apreço é no mínimo interessante. Boas mudanças foram feitas e não se pode dizer que Dunga falhou na escolha dos nomes. Gil e Tardelli podem ser contestáveis, sentir a falta de um Roberto Firmino ou Neto é compreensível; entretanto deve-se assumir que em geral foi uma boa convocação. Agora, resta esperar os dias 5 e 9 de setembro, quando o Brasil enfrentará, respectivamente, a Colômbia e o Equador nos Estados Unidos.

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